
Reajuste ocorre em ano eleitoral, enquanto o governador articula candidatura ao Senado e o vice se lança pré-candidato ao governo de MT
por Daniel Trindade
O governo de Mato Grosso decidiu elevar o ICMS incidente sobre combustíveis a partir de 2026, em um momento politicamente sensível, marcado pela antecipação do cenário eleitoral e pela disputa por sucessão no Executivo estadual. A medida ocorre no mesmo período em que o governador Mauro Mendes (União Brasil) trabalha sua pré-campanha ao Senado Federal, enquanto o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) já se declara pré-candidato ao governo.
O aumento decorre da aplicação do modelo de tributação monofásica do ICMS, instituído pela Lei Complementar nº 192/2022, posteriormente ajustada pela Lei Complementar nº 194/2022, que fixou alíquotas específicas por litro para combustíveis como gasolina e diesel. A definição dos novos valores foi aprovada no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e será automaticamente repassada aos preços finais pagos pelos consumidores.
Embora o governo estadual sustente que a decisão segue a legislação federal e deliberação conjunta dos estados, o efeito prático é a elevação do custo dos combustíveis em um contexto de renda pressionada e inflação persistente. Para críticos da medida, trata-se de um “presente amargo” entregue à população justamente às vésperas de um ciclo eleitoral decisivo.
O impacto não se restringe aos postos de combustíveis. Representantes do setor produtivo alertam que o aumento do diesel tende a encarecer o transporte de cargas, pressionando preços de alimentos, insumos agrícolas e produtos industrializados, com reflexos diretos no custo de vida dos mato-grossenses.
Além dos combustíveis, outros reajustes já confirmados reforçam o cenário de aperto no orçamento das famílias. Estão previstos para 2026 aumentos no ICMS sobre energia elétrica, reajustes em tarifas de pedágios de rodovias estaduais concedidas e atualizações em taxas de serviços públicos, compondo um conjunto de elevações que amplia a carga financeira sobre consumidores e empresas.
O acúmulo desses reajustes ocorre em contraste com o discurso de responsabilidade fiscal e eficiência administrativa adotado pelo governo estadual. A combinação entre aumento de impostos e projeto eleitoral expõe uma contradição que tende a ser explorada no debate público durante a campanha de 2026.
Enquanto o governo defende a legalidade e a necessidade dos ajustes, a população sente os efeitos imediatos no bolso, reacendendo o debate sobre prioridades fiscais, sensibilidade social e o custo político das decisões tomadas em pleno ano pré-eleitoral.

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Daniel Trindade
Editor-Chefe do Portal de Notícias
Ativista Social|Jornalista MTB 3354 -MT
Consultor Político
Estudante Bacharelado em Sociologia
Defensor da Causa Animal em Sinop -MT
Tutor do Stopa "O Cão Mascote"








